18 Jan EDITORIAL
Este inverno, que tinha tudo para ser o do nosso contentamento, afinal mantém-se firme na ideia de ser o contrário, ou seja, em querer ser o inverno do nosso descontentamento.
Mas será que tem de ser mesmo assim?
Vejamos o que concorre para que assim seja. O “bicho”, vírus, pandemia, covides, seja lá o que lhe queiram chamar está para aí em força, não parecendo ter “medo” de nada nem de ninguém. Quando se pensava que a sua força já estava a esmorecer eis que ele, o “bicho”, retoma e volta a ensombrar o nosso dia-a-dia.
Mas será que tem de ser mesmo assim?
Os jornais e as televisões bombardeiam-nos a toda a hora com notícias sobre as consequências e malefícios do vírus. As redes sociais estão infectadas de considerações mais ou menos virulentas sobre o estado a que o estado da “coisa” chegou e, num exercício de maior ou menor adivinhação, sobre a que estado da “coisa” chegaremos.
Mas será que tem de ser mesmo assim?
Para conter a pandemia pedem-nos que nos confinemos, que abdiquemos da nossa liberdade de convívio social e até mesmo familiar. Pedem-nos que choremos os mortos ao longe e de longe acompanhemos os vivos.
Mas será que tem de ser mesmo assim?
Dizem-nos que o covides ataca a saúde também da economia, tornando mais pobre quem já não tem muito e quem tem mais um pouco a ter menos.
Mas será que tem mesmo de ser assim?
Não, não tem de ser assim. Mesmo sendo verdade tudo o que atrás se disse, não tem de ser assim, não tem de ser o inverno do nosso descontentamento. Há muitos outros motivos para nosso contentamento, basta olhar ao redor de cada um de nós para os encontrarmos.
Mas isso cabe a cada um de nós, levantar a cabeça, olhar em volta, respirar fundo e sonhar…
Rui Rodrigues dos Santos