Expetativas sem limites!

Com certeza que também já aconteceu consigo, assistir a um filme que lhe foi recomendado, por ser muito bom e ficar desiludido, ou assistir a um sem grande motivação e ser surpreendido pela positiva. Pois é, nós somos “vítimas” das nossas expetativas!
A palavra “expetativa” significa esperança baseada em supostos direitos, probabilidades, pressupostos ou promessas. Portanto, ao criarmos expetativas em relação a algo (pessoa/ situação), esperamos que esta corresponda, ao que acreditamos ser um “direito” nosso. E quando estas expectativas não são satisfeitas, sentimo-nos revoltados, frustrados e/ou zangados e adotamos, por vezes, o papel de “vítima”.
Então, é por isso importante, estabelecer limites para as nossas expetativas. Mas, como defini-los? Será bom viver sempre com o “pé atrás”? Segundo especialistas, expetativas muito elevadas, provocam frustração, insegurança e até sofrimento emocional, por isso, precisamos entender que a felicidade e o bem-estar, podem ser encontrados em coisas mais simples do que imaginamos, pois estão diretamente ligados ao essencial.
Na prática, as expetativas, assim como o conceito de felicidade, são relativas e, variam de pessoa para pessoa. Dependem do contexto em que se vive e como essas vivencias marcaram a nossa vida.
É por isso importante perceber se as expectativas são coerentes com a realidade, se assim não for, há maior probabilidade de não se concretizarem, o que nos provoca sentimentos de deceção e frustração e até alguma raiva. É frequente, também, culparmos alguém ou alguma coisa, por aquilo quem não aconteceu, tal como tínhamos previsto.
Ter expectativas baixas é não ter ambição, não acreditar e, por isso, não investir, logo não se aprende e nem ensina…
As expectativas são como vendas nos olhos, impedem-nos de ver a situação no seu todo e podem limitar o nosso crescimento e a capacidade de manter relações saudáveis.
Na realidade, o importante é focarmo-nos no agora e viver o presente. Especialistas sugerem algumas pistas para gerir da melhor forma as expetativas, equilibrar as emoções, sem perder a razão, ou seja, refletir sobre nossas ações:
Sonhar com os “pés no chão” – É importante e benéfico fazer planos, ter ambições, semear as sementes exatas daquilo que queremos colher, mas sempre com uma noção clara da realidade;
Gerir expectativas relacionadas com:
Trabalho – Ter uma postura de proatividade, com entrega e brio;
Relações – Ter tempo para o outro, dedicar atenção a quem amamos. Se não mimamos nem cuidamos, como podemos ter a expectativa de que o façam por nós? Dificilmente vai acontecer.
Outros – É, também, comum algumas pessoas sentirem que as suas expectativas saíram defraudadas, especialmente, quando olham para o outro a partir das suas vivências.
Própria vida – Há pessoas com pressa de viver e de conquistar, nem chegam a saborear o que concretizam, porque assim que alcançam um objetivo já estão focadas o próximo. E, se as coisas não acontecem nessa velocidade estonteante, sentem as suas expectativas defraudadas.
A gestão de expectativas é crucial para que consigamos agir de um modo cauteloso e direcionado no sentido do nosso objetivo. O falhanço no cumprimento dos tempos a que nos propusemos, pode afetar a motivação, bem como deitar a perder todo um esforço feito até então, só porque não chegamos onde queríamos, no tempo que queríamos. Sem nos apercebermos, o racional mistura-se com o emocional e a gestão de expectativas dá lugar à gestão de emoções. É nesta fase, que o sentimento de injustiça se apodera de nós e nos leva a tomar medidas, umas vezes acertadas, umas outras tantas, precipitadas e inconsequentes, como, julgar o que pensamos ser responsável, por não conseguirmos concretizar as nossas expetativas.
De realçar, que uma comunicação eficaz é a chave para muitos problemas e a solução para outros, se houver uma comunicação clara e transparente, no que diz respeito às metas reais e às imaginárias, muitas expetativas poderiam ser ajustadas à realidade.
Está nas nossas mãos aceitar o que não pode ser mudado e investir no que é, de facto possível e que nos trará realização pessoal e profissional!
No lugar das expectativas, podemos ser mais realistas e aproveitar melhor o momento que vivemos.
Por:
Emília Maria Cruz Costa Rodrigues
Enfermeira Especialista em enfermagem de saúde Mental e Psiquiátrica
UCC Viseense


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